
EIXO TEMÁTICO 3 - RACIALIDADE E RESISTÊNCIA
EMENTA DO EIXO:
A luta contra a discriminação racial e pela justiça social é muito anterior ao período da ditadura civil-militar no Brasil. Os movimentos de resistência marcam a luta do povo negro desde a diáspora, e, anterior a isso, a resistência indígena frente a invasão do Brasil pelos colonizadores europeus. Com a instauração da república surgiram novas formas (até sutis) de discriminação e genocídios, tornando o racismo mais difícil de ser criminalizado. A luta das pessoas negras e indígenas, durante a ditadura civil-militar da década de 60, pode ser pensada tanto pelo âmbito cultural, quanto político. Na questão cultural, a valorização das pessoas indígenas e negras por meio dos modos de vida, liberdade religiosa, produção de arte e de conhecimento intelectual que foram censurados e violentamente perseguidos. Os intelectuais e artistas refutavam as teorias de democracia racial, tão presente, até hoje, no Brasil. Na política, como movimento de resistência aos regimes de exceção, marcam-se o ressurgimento do movimento negro e a luta dos povos originários de modo politizado, influenciados pelas teorias marxistas que ganham cada vez mais espaço na busca por um país mais justo e ambientalmente sustentável. Mesmo assim, faz-se necessária a autocrítica dos partidos de esquerda que sempre priorizaram a luta de classes em detrimento da questão racial o que implica nos lugares de fala. Fanon (2008) questiona, por exemplo, como as pessoas negras são expostas, representadas e faladas pela branquitude. A tematização étnico-racial pode ser dividia em dois modos de abordagem na esteira do pensamento de Guerreiro Ramos (1995), o negro-tema (leia-se também os povos originários), que é uma coisa examinada, olhada, vista com curiosidade ou como risco nacional. A outra é o negro-vida, que não se deixa imobilizar, o que explica, em parte, a tomada de posição quanto aos movimentos de extrema-direita e sua intolerância quanto aos modos de vida em sua diversidade. É tomando tal cenário e pressupostos teóricos que o Eixo III: Racialidade e resistência, vem propor discussões a respeito dessas lutas antirracistas e os movimentos de resistência que delas derivam. Para tanto acolheremos trabalhos que se debruçam sobre a questão da racialidade tomada como parte da luta de classes, tanto do ponto de vista histórico, quanto do ponto de vista político atual.
Simpósio III - Racialidade e Resistência
26/10/2023 - 9h às 11h30
Coordenação

Jancleide Teixeira Goes (Ânima Plural)

Jefferson Gustavo Campos
(PPGML/UNIR)
Trabalhos
A implementação dos corredores ecológicos da região de Chapecó e Timbó: uma leitura descritiva
Gabriela Serena Fagundes
Eric Duarte Ferreira
Da Escravidão para Prisão: necropolítica e a narrativa (neo)escrava em O Reformatório Nickel (2019) de Colson Whitehead
Roberto Ferreira Junior
Grupos de Extermínio: política estatal de morte
Renata Adriana de Souza
Os modos de (re)existência ao racismo
Camila Borges dos Anjos
Marilane Mendes Cascaes da Rosa
O funcionamento da violência simbólica na e pela literatura modernista: entre o silêncio e a resistência
Marilda Aparecida Lachovski de França
Exposição de Pôsteres III - Racialidade e Resistência
26/2023 - 11h30 às 12h30
Coordenação

Marilane Mendes Cascaes da Rosa
(Unisul)
Trabalhos
Militares, demarcações e marco-temporal: um estudo do caso Xokleng, em Santa Catarina
Pedro de Moraes Silva
Mulher negra e discriminação racial no mercado de trabalho
Josinete Silva Coelho Valgas
O discurso de luta e resistência negras na revista alternativa Versus
Camila De Carli
Mesa III - Racialidade e Resistência
26/10/2023 - 14h às 16h
Coordenação

Juliana da Silveira
(PPGCL-Unisul/Instituto Ânima)
Palestrantes

Tânia Rezende
(PPGL/ UFG)

Jefferson
Gustavo Campos
(PPGML/UNIR)
